quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

thiago de mello

Thiago de Mello
 

Um grande homem, jornalista, idealista, escritor, medico, mas acima de tudo um tremendo poeta. Diz Antonio Callado com a obra “Vento Geral“: é um dos poetas de mais pura dicção......sofisticado na técnica...parece ter guardado sabe Deus que atavismo de poesia oral, pois seu verso invariavelmente corre pela pagina como um arroio”.
Seu nome: Thiago de Mello – amazonense, envolveu-se politicamente a partir de 1964 quando era adido cultural do Brasil no Chile, recebendo refugiados em sua casa. De volta ao Brasil, foi perseguido e preso. Abandonou sua terra e por muitos anos viveu na Europa sob o amparo das Nações Unidas. Desta vivência escreveu “Os Estatutos do homem”, seu poema mais popular traduzido em vinte idiomas.
Voltando ao Brasil, depois do exílio, optou por sua terra natal, na cidade de Barreirinha. Foi no meio a floresta amazônica que reconciliaram-se o homem, o poeta e o médico, ainda que não formado, mas que socorria os caboclos de sua terra.
Escreveu quatorze obras incluindo “Faz escuro mas eu canto” e “Mormaço na floresta”. O poeta em seu último livro manifesta a inquietação de um homem diante da sociedade contemporânea, segundo ele carecida de amor: “com este livro eu participo lado a lado com quem coloca tijolos sobre a grande morada humana”..
Em 1977, o reencontro com seu povo “o meu reencontro... dá-me uma grande alegria que não dá para levar a tristeza de vê-lo ainda oprimido e injustiçado, mas me dá grande alegria por saber que a consciência de grande setores populares, adquiriram uma consciência mais elevada dos seus direitos”.
Um nesga desta obra rara ”Faz mormaço na floresta”, que leva o mesmo nome do livro. Deixo as emoções, a linguagem simples, mas, de uma maestria com as palavras tremendamente envolvente.
É quando devagar
os teus quadris
estremecem                                                   
e arrias o dorso
que se contorce
na relva da tarde,
e teu queixo sobe
anunciando a boca
toda iluminada
e os teus pêlos me roçam
na língua a alegria
- é quando sei que sou.
Noite no que faço,
claridão no que sou.
Pelo que dou me desfaço.   (prometo mostrar esta joia na íntegra e logo)

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