domingo, 19 de janeiro de 2014

MAIS UMA DESCOBERTA PARA A LUTA CONTRA A DEPRESSÃO



Eu acompanho tudo o que se divulga sobre a temática “depressão”, sem dúvida alguma: o mal do século. Eu como já testemunhei em artigo desde meu blog, tive uma depressão severa e de tratamento resistente. Eu estive sempre lado a lado na incansável luta de meu psiquiatra nas tentativas para a minha espantosa melhora do meu quadro geral.

Os antidepressivos, atualmente, na sua maioria agem sobre os neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina. Contudo, é necessário associar-se outros recursos da medicina, como por exemplo, a estimulação magnética transcraniana, a eletroconvulso terapia e a terapia cognitivo-comportamental  para obter-se alguma melhora no quadro depressivo.

É  muito animador quando temos notícias de novas descobertas de pesquisadores, como o Dr. Gerard Sanacora, diretor do programa de pesquisa em depressão da Universidade de Yale, nos Estados Unidos e principal autor do estudo sobre a lanicemina, substância que atua por canais ainda não explorados pelos depressivos

existentes.

Esta substância representa o início de um novo horizonte no tratamento dos transtornos depressivos. Os sintomas de pacientes com severa depressão e de difícil tratamento sentiram um alívio, uma melhora importante no seu tratamento. E o que é mais animador ainda, a lanicemina não tem as reações adversas intensas observadas em outras drogas do mesmo gênero testadas anteriormente.

Este estudo baseia-se nas investigações sobre as origens da doença, não ainda elucidadas e que indicam o glutamato e seus receptores como sendo peças-chave na solução de casos refratários e para acelerar as respostas dos pacientes.

Os pesquisadores tem como a ação promissora o bloqueio  às vias acionadas pela quantidade  exagerada de glutamato, que em excesso deflagra uma ação tóxica capaz de interditar a comunicação entre as células neuronais.

A lanicemina atua exatamente aí, inibindo um grupo de receptores chamados NMDA. A vantagem desta nova substância é não produzir reações adversas sobre a percepção, nem alterações de pressão arterial.

Entretanto é uma nova descoberta e como tal necessita de novas etapas de pesquisas em centros espalhados pelo mundo.

O trabalho foi publicado pela revista “Molecular Psychiatry“, do grupo Nature e está sendo elogiado pela comunidade científica.





Texto embasado no artigo: Uma nova fronteira no combate a depressão.

Revista: Isto É, número 2292 de 23.10.2013

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014


Para repartir com todos



Com este canto te chamo
porque dependo de ti.
Quero encontrar um diamante,
sei que ele existe e onde está.
Não me acanho de pedir
ajuda: sei que sozinho
nunca vou poder achar.
Mas desde logo advirto:
para repartir com todos.
Traz a ternura que escondes
machucada no teu peito.
Eu levo um resto de infância
que meu coração guardou.
Vamos precisar de fachos
para as veredas da noite
que oculta e, às vezes, defende
o diamante.
 Vamos juntos.
Traz toda a luz que tiveres,
não te esqueças do arco-íris
que escondeste no porão.
Eu ponho a minha poronga,
de uso na selva, é uma luz
que se aconchega na sombra.
Não vale desanimar
nem preferir os atalhos
sedutores que nos perdem,
para chegar mais depressa.
Vamos achar o diamante
para repartir com todos.
Mesmo com quem não quer vir
ajudar, falto de sonho.
Com quem preferiu ficar
sozinho bordando de ouro
o seu umbigo engelhado.
Mesmo com quem se fez cego
ou se encolheu na vergonha
de aparecer procurando.
Com quem foi indiferente
e zombou das nossas mãos
infatigadas  na busca.
Mas também com quem tem medo
do diamante e seu poder,
e até com quem desconfia
que ele exista mesmo.
E existe:
o diamante se constrói
quando o procuramos juntos
no meio de nossa vida
e cresce, límpido cresce,
na intenção de repartir
o que chamamos de Amor.
Thiago de Mello
Da obra: Mormaço na floresta.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

thiago de mello

Thiago de Mello
 

Um grande homem, jornalista, idealista, escritor, medico, mas acima de tudo um tremendo poeta. Diz Antonio Callado com a obra “Vento Geral“: é um dos poetas de mais pura dicção......sofisticado na técnica...parece ter guardado sabe Deus que atavismo de poesia oral, pois seu verso invariavelmente corre pela pagina como um arroio”.
Seu nome: Thiago de Mello – amazonense, envolveu-se politicamente a partir de 1964 quando era adido cultural do Brasil no Chile, recebendo refugiados em sua casa. De volta ao Brasil, foi perseguido e preso. Abandonou sua terra e por muitos anos viveu na Europa sob o amparo das Nações Unidas. Desta vivência escreveu “Os Estatutos do homem”, seu poema mais popular traduzido em vinte idiomas.
Voltando ao Brasil, depois do exílio, optou por sua terra natal, na cidade de Barreirinha. Foi no meio a floresta amazônica que reconciliaram-se o homem, o poeta e o médico, ainda que não formado, mas que socorria os caboclos de sua terra.
Escreveu quatorze obras incluindo “Faz escuro mas eu canto” e “Mormaço na floresta”. O poeta em seu último livro manifesta a inquietação de um homem diante da sociedade contemporânea, segundo ele carecida de amor: “com este livro eu participo lado a lado com quem coloca tijolos sobre a grande morada humana”..
Em 1977, o reencontro com seu povo “o meu reencontro... dá-me uma grande alegria que não dá para levar a tristeza de vê-lo ainda oprimido e injustiçado, mas me dá grande alegria por saber que a consciência de grande setores populares, adquiriram uma consciência mais elevada dos seus direitos”.
Um nesga desta obra rara ”Faz mormaço na floresta”, que leva o mesmo nome do livro. Deixo as emoções, a linguagem simples, mas, de uma maestria com as palavras tremendamente envolvente.
É quando devagar
os teus quadris
estremecem                                                   
e arrias o dorso
que se contorce
na relva da tarde,
e teu queixo sobe
anunciando a boca
toda iluminada
e os teus pêlos me roçam
na língua a alegria
- é quando sei que sou.
Noite no que faço,
claridão no que sou.
Pelo que dou me desfaço.   (prometo mostrar esta joia na íntegra e logo)

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