Eu acompanho tudo o que se divulga sobre a temática “depressão”,
sem dúvida alguma: o mal do século. Eu como já testemunhei em artigo desde meu
blog, tive uma depressão severa e de tratamento resistente. Eu estive sempre
lado a lado na incansável luta de meu psiquiatra nas tentativas para a minha
espantosa melhora do meu quadro geral.
Os antidepressivos, atualmente, na sua maioria agem sobre os
neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina. Contudo, é necessário associar-se
outros recursos da medicina, como por exemplo, a estimulação magnética transcraniana,
a eletroconvulso terapia e a terapia cognitivo-comportamental para obter-se alguma melhora no quadro
depressivo.
É muito animador
quando temos notícias de novas descobertas de pesquisadores, como o Dr. Gerard
Sanacora, diretor do programa de pesquisa em depressão da Universidade de Yale,
nos Estados Unidos e principal autor do estudo sobre a lanicemina, substância
que atua por canais ainda não explorados pelos depressivos
existentes.
Esta substância representa o início de um novo horizonte no
tratamento dos transtornos depressivos. Os sintomas de pacientes com severa
depressão e de difícil tratamento sentiram um alívio, uma melhora importante no
seu tratamento. E o que é mais animador ainda, a lanicemina não tem as reações
adversas intensas observadas em outras drogas do mesmo gênero testadas
anteriormente.
Este estudo baseia-se nas investigações sobre as origens da
doença, não ainda elucidadas e que indicam o glutamato e seus receptores como
sendo peças-chave na solução de casos refratários e para acelerar as respostas
dos pacientes.
Os pesquisadores tem como a ação promissora o bloqueio às vias acionadas pela quantidade exagerada de glutamato, que em excesso
deflagra uma ação tóxica capaz de interditar a comunicação entre as células neuronais.
A lanicemina atua exatamente aí, inibindo um grupo de
receptores chamados NMDA. A vantagem desta nova substância é não produzir
reações adversas sobre a percepção, nem alterações de pressão arterial.
Entretanto é uma nova descoberta e como tal necessita de
novas etapas de pesquisas em centros espalhados pelo mundo.
O trabalho foi publicado pela revista “Molecular Psychiatry“,
do grupo Nature e está sendo elogiado pela comunidade científica.
Texto embasado no artigo: Uma nova fronteira no combate a
depressão.
Revista: Isto É, número 2292 de 23.10.2013